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Psicologia da Ciência de Morrer

Psicologia da Ciência de Morrer

Texto extraído do Ensaio de Psicologia
Neuropsicologia Quântica : C. G. Jung e os Condensados Bose-Einstein
autor: Adão José Gonçalves da Cruz
 
A Ciência de Morrer: Processo Psíquico-quântico Post Mortem

O Apóstolo Paulo disse: “Pois na forma como em um corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, então nós, sendo muitos, somos um corpo em Cristo, e todos os membros uns dos outros.” Romanos 12: 4-5. Como nossas células, órgãos e suas funções fazem parte do nosso corpo físico, nós também, que aparentemente somos todos indivíduos separados, somos um no Espírito, no “corpo” de Cristo.

“[...] Como o leitor já terá percebido, não estamos tratando de um conceito filosófico e muito menos de um conceito religioso de alma e sim do reconhecimento psicológico da existência de um complexo psíquico semiconsciente, cuja função é parcialmente autônoma. É obvio que esta constatação nada tem a ver com os conceitos filosóficos ou religiosos da alma, do mesmo modo que a psicologia nada tem a ver com a filosofia e com a religião [...]”, JUNG (1984, pp.64-115) em “O Eu e o Inconsciente”.

Com base nos “Tipos Psicológicos”, JUNG (1981), de forma resumida, parece haver duas classes de pessoas no mundo. Numa classe, o corpo denso e o corpo vital se acham tão fortemente unidos que os éteres não podem ser extraídos em circunstância alguma; o corpo vital com o corpo denso permanece inseparável em todas as condições, desde o nascimento até a morte. Tais pessoas são insensíveis a qualquer manifestação suprassensível da visão ou da audição; são céticas e não acreditam que exista algo além daquilo que elas possam perceber.

Através de postulados, há outra classe de pessoas nas quais o vínculo ou conexão é mais brando entre os corpos denso e vital, de forma que os éteres dos seus corpos vitais vibram com maior intensidade do que nas pessoas da classe anterior. As pessoas desta segunda classe são sensitivas, variando em graus (maior/menor).

Podemos dividir novamente esta classe de sensitivos. Alguns são como caracteres débeis, dominados pela vontade de outros de uma forma negativa, tais como os médiuns quando são presas, ou seja, intimamente vinculada aos espíritos desencarnados (espíritos irrequietos e querem obter um corpo físico, depois que perderam o seu próprio corpo).

A outra classe de sensitivos é a de personalidades fortes, positivas, agem unicamente por seu foro íntimo, de acordo com a própria vontade. Essas personalidades podem desenvolver-se em clarividentes treinados, positivos e serem os seus próprios senhores, em vez de escravos de espíritos desencarnados e obsessores.

De alguns sensitivos de ambas as classes são possíveis extrair parte do éter que forma o corpo vital. Quando algum espírito desencarnado controla algum indivíduo de natureza sensitiva, desenvolve-o como médium que materializa, para que o espírito possa manifestar-se na forma material, etérea.

Por outro lado, a pessoa que é capaz de extrair o seu próprio corpo vital, por um ato de vontade, converte-se num cidadão de dois mundos, independente e livre, porque não é dominado por quaisquer espíritos encarnado ou desencarnado. Estes são os chamados Auxiliares Invisíveis.

Há outras condições anormais nas quais o corpo vital é separado, total ou parcialmente, do corpo denso. Por exemplo, quando colocamos uma perna em posição incomoda, de modo a impedir a circulação do sangue. Então podemos ver a perna etérea pendurada por baixo da perna física, como uma meia. Quando a circulação se restabelece e a perna etérea procura entrar em seu lugar, notamos intensa sensação de formigamento, devido ao fato de que as pequenas correntes de força, que todos os átomos irradiam através do éter, tentam interpenetrar as moléculas da perna e estimulá-las à anterior vibração.

Outro exemplo, quando uma pessoa está se afogando, o corpo vital também se separa do corpo denso; a dolorosa e intensa sensação de formigamento causada pela revivificação também é devido à mesma causa. Enquanto estamos em estado de vigília, continuando o nosso trabalho no Mundo Físico, o corpo de desejos e a mente interpenetram tanto o corpo denso quanto o corpo vital, estabelecendo-se uma luta constante entre a natureza de desejo e vital.

A natureza vital (o corpo vital) está continuamente ocupada na construção do organismo humano, enquanto os impulsos do corpo de desejos tendem a cansar e a desgastar os órgãos e tecidos físicos.

No decorrer de cada dia vivido, o corpo vital vai, gradualmente, perdendo energia diante das investidas do corpo de desejos. Pouco a pouco, acumulam-se os venenos da deterioração e o fluxo da força vital torna-se cada vez mais débil, até que, finalmente, seja incapaz de vitalizar os músculos. Então o corpo denso, físico, se sente pesado e exausto.

Por fim, o corpo vital sofre um colapso, por assim dizer; os diminutos raios de força que penetram cada átomo do corpo denso parecem que se contraem e o Ego é impelido a abandonar este corpo para as forças restauradoras durante o processo quântico do sono.

Por exemplo, quando num edifício, onde suas partes estruturais estão danificadas, tem de ser restaurado e reparado; os moradores devem mudar para permitirem que os operários tenham livre acesso no campo de ação. O mesmo ocorre quando o veículo ou corpo de um espírito se tornou inútil para o seu uso ulterior. Portanto, o espírito deve retirar-se dele para que o corpo seja restaurado.

Como foi o corpo de desejos que produziu os danos “estruturais”, é lógico concluir-se que ele também se retire. Todos os dias, quando o nosso corpo fica exausto os veículos ou corpos superiores se retiram, permanecendo na cama unicamente o corpo físico e o corpo vital para serem restaurados: chamamos de processo quântico do sono.

Começa então o processo quântico de restauração, que dura mais ou menos tempo, de acordo com as circunstâncias do sujeito. Às vezes, porém, o predomínio do corpo de desejos sobre os veículos mais densos é tão forte que ele se recusa a abandoná-los. A pessoa fica tão interessada nos acontecimentos do dia que os detêm, mesmo depois do colapso do corpo físico, retirando-se parcialmente. Nesse caso, o corpo de desejos pode transmitir ao cérebro, visões e sons do Mundo de Desejos.

Mas, como as ligações nessas condições estão naturalmente desajustadas, resultam desse evento os sonhos mais confusos. Além disso, como o corpo de desejos compele à ação, o corpo físico mostra-se disposto a se mover e a se agitar (mesmo quando o corpo de desejos não se retirou completamente), resultando os sonos inquietos que geralmente acompanham os sonhos de natureza confusa.

É verdade que em certas ocasiões os sonhos são proféticos e se realizam. Mas tais sonhos surgem somente depois de uma completa retirada do corpo de desejos. Nas circunstâncias em que o Ego talvez tenha visto algum perigo que se possa realizar, este fato se imprime no cérebro no momento de despertar.

Também pode suceder que o Ego dê um “voo de alma” e se esqueça de realizar o trabalho de restauração; todavia, o corpo não estará em condições de ser reocupado pela manhã; todavia, pode continuar adormecido. O Ego pode ficar próximo durante vários dias e até semanas, antes de penetrar novamente no seu corpo físico e se enquadrar na rotina normal na alternância entre a vigília e o sono: a medicina chama de estado de coma.

Essa condição pode ser chamada de transe e o espírito ˗ o Ego ˗, ao regressar, pode se lembrar de quase tudo quanto viu e ouviu nos planos suprafísicos, ou esquecê-lo, conforme o seu estado de desenvolvimento e a profundidade da condição de transe. Quando o transe é muito leve, o espírito geralmente está presente no ambiente onde o corpo descansa durante todo o tempo e ao retornar ao seu corpo pode contar para os seus familiares tudo o que eles disseram e fizeram enquanto seu corpo permanecia inconsciente. Quando o transe é mais profundo, o espírito que retorna não terá consciência do que ocorreu com o seu corpo; mas, em compensação, pode se lembrar de experiências no mundo invisível.

As pessoas “mortas” em acidentes ficam no estado em que saíram deles, até que aprendam que poderão obter um novo braço ou perna, com um simples desejo de tornarem a ter corpo restaurado, pois a matéria de desejo é modelada fácil e rapidamente pelo pensamento.

Depois de um tempo mais ou menos longo, chega o momento no qual as experiências que o Ego adquiriu em seu atual ambiente ficam esgotadas e a vida termina com a morte. Essa “morte” pode ocorrer de repente, sem ser esperada, p.ex., por ocasião de terremoto, no campo de batalha ou por acidente; todavia, na realidade, a morte nunca é acidental ou imprevista pelas Forças Superiores.

Nenhuma ave cai ao solo sem que se manifeste a Vontade Divina. Durante a vida podem aparecer desvios no caminho: a linha principal da vida continua para a frente e o desvio do caminho leva ao que podemos chamar “um beco sem saída”. Se a pessoa tomar este caminho desviado, em curto prazo entrará no processo quântico post mortem.

Estamos nesta vida com a finalidade de obter experiências e em cada vida tem algum fruto para ser colhido. Se organizarmos nossa vida para que possamos ganhar todo o conhecimento que nos foi determinado, continuaremos vivendo e pela persistência alcançaremos oportunidades de elevadas naturezas e classes.

Mas se as desprezarmos e nos deixarmos levar por caminhos que não forem coerentes com o nosso desenvolvimento espiritual, torna-se um desperdício de tempo nos manter em semelhante ambiente. Portanto, os Grandes e Sábios Seres que estão por trás do cenário da evolução fazem com que a nossa vida termine para que possamos ter um novo começo, numa esfera diferente de influência, com renovadas perspectivas.

A Lei da Conservação de energia não está limitada ao Mundo Físico, mas também nos planos espirituais e em diferentes espaços-tempo, conforme observamos em HEINDEL (2012, pp.213-232) em “Occult Principles of Health and Healing - Part IV - There Is No Death”. Não há na vida coisa alguma que não tenha um propósito definido. Fazemos mal em nos rebelar contra as circunstâncias, não importa quão desagradável pareçam ser. Pelo contrário, deveríamos nos esforçar por aprender as lições nelas contidas, para que possamos viver uma vida longa e útil naquele relativo espaço-tempo.

Pode-se objetar: Você é inconsequente! Diz que realmente a morte não existe! Que passamos para uma existência mais brilhante e que temos de aprender outras lições numa diferente esfera de utilidade! Por que, então, devemos nos esforçar para viver aqui uma vida mais longa?

É certo que podemos fazer tais afirmações, pois a vida se torna perfeitamente coerente com tudo o que dissemos. Mas há lições que devem ser aprendidas aqui. Não podem ser aprendidas em outros “ambientes”. Temos que educar nosso corpo físico através dos anos de inexperientes da infância e do período ardente e impulsivo da juventude, até chegar à maturidade, antes que este corpo se torne verdadeiramente útil para o uso espiritual.

Por essa razão, quanto mais tempo vivamos depois de alcançar a maturidade, quando começamos a considerar o lado sério da vida e começarmos realmente a aprender as lições que determinarão o crescimento da nossa Alma, através da Sabedoria; quanto mais experiências consigam juntar, mais rica e proveitosa será a nossa colheita interna, porque nenhuma árvore dá frutos enquanto não passou pelos adequados processos e pelos processos adequados: “Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas”, Lucas 6:44.

Depois, numa existência posterior, estaremos muito mais avançados e capazes de empreender tarefas que seriam impossíveis com uma vida mais curta e de atividades mais reduzidas. Além disso, é muito doloroso para uma pessoa morrer na juventude, com esposa e filhos jovens; com ambições de grandeza por satisfazer; com uma porção de amigos à sua volta e com o interesse todo concentrado no plano material da existência.

É muito triste para uma mulher com o coração apegado ao lar e aos filhinhos, a quem ela deu à luz, abandoná-los, sem que haja alguém que possa cuidar deles. Saber que terão de lutar sozinhos durante os anos da infância, quando são tão necessários os seus ternos cuidados, ou até mesmo vê-los sofrer abusos sentindo-se incapaz de intervir, apesar de o seu coração continuar sangrando de dor tão abundantemente como se estivesse na vida terrestre.

Todas estas coisas são tristes e poderão fazer o espírito, o Ego, apegar-se à terra por um tempo maior do que o comum, impossibilitando-o, assim, de colher as experiências que deveriam ser alcançadas fora do plano físico; no entanto, tudo isto, acrescido com outras razões já mencionadas, torna-se desejável viver uma vida longa antes de passar para os outros planos, ou outras dimensões de vida, ou além, em diferentes espaços-tempo.

A diferença entre os que passam para o além em idade avançada e amadurecidos e os que abandonam esta Terra na primavera da vida, pode ser ilustrado pela forma como o caroço ou semente de uma fruta adere à polpa, enquanto está verde.

É preciso um grande esforço para extrair o caroço de um pêssego verde; a intensidade com que ele adere à fruta é tão forte que pedaços da polpa ficam presos ao caroço quando ele é extraído à força. Assim também o espírito se aferra à carne quando em vida física e parte do seu interesse material permanece e o prende à terra ao iniciar o processo quântico post mortem (ao Mundo Físico: diagrama I).

De outro modo, quando a vida foi intensamente vivida, quando o espírito teve tempo de satisfazer suas ambições ou comprovar sua futilidade; quando os deveres da vida foram cumpridos e a satisfação se estampa na fisionomia de um homem ou de uma mulher em idade avançada, ou quando a vida foi desperdiçada e os remorsos da consciência surtiram seu efeito, indicando-lhe os erros cometidos; quando o espírito aprendeu realmente as lições da vida, como deve acontecer ao se chegar à velhice, então pode ser comparado à semente da fruta madura que salta fora, sem um vestígio de polpa aderido nela no momento em que é aberta, i.e., ao iniciar o processo quântico post mortem.

Assim, repetimos que, embora estejam reservadas existências mais brilhantes para aqueles que viveram bem, é sempre melhor viver uma vida longa e da maneira (espiritualmente) mais intensa possível.

Não importam quais sejam as circunstâncias da morte de uma pessoa, ela nunca é acidental; ou foi causada por suas próprias negligências em aproveitar as ocasiões de desenvolvimento; ou porque a vida foi aproveitada até seu limite possível. Há exceção à regra devido ao fato de que o ser humano exerce sua divina prerrogativa de interferência, p.ex., pelo assassinato, suicido etc.

Se vivermos de acordo com o esquema que nos foi traçado, se assimilamos todas as experiências que nos foram designadas pelas Forças Criadoras para o nosso desenvolvimento, viveremos até o limite final. Mas, geralmente, nós mesmos encurtamos a nossa vida por não aproveitarmos as oportunidades, ocorrendo também que outras pessoas podem encurtar nossa existência e fazê-la terminar de repente quando se produz o que chamamos incidente e os Agentes Divinos, valendo-se disso, terminam nossa vida aqui: os assassinatos ou acidentes fatais originados pela imprudência humana são, na realidade, os únicos finais de vida que não foram planejados pelos Guias Invisíveis da humanidade.

A ninguém é impelido a assassinar ou fazer qualquer mal, pois, se assim o fosse, não viria a ele uma retribuição justa dos seus atos. Cristo dizia que o mal deveria acontecer, mas infeliz daquele pelo qual se produzisse. Para harmonizar isto com a Lei da Justiça Divina, acrescentamos: “Aquilo que o ser humano semear, isso mesmo colherá”, pois há absoluto livre-arbítrio a respeito aos maus atos.

Também há casos em que uma pessoa vive de maneira tão boa e proveitosa para si e para os outros, que verá seus dias aumentados além do limite estabelecido; mas tais casos são raros, constituindo-se verdadeiras exceções.

Quando a morte não é repentina (como no caso de acidentes), mas ocorre em casa ou hospital como consequência de uma enfermidade silenciosa e pacífica, os pacientes sentem geralmente que cai sobre eles um véu de grande obscuridade momentos antes do término da vida. Muitos saem do corpo nestas condições e não voltam a ver a luz até que entrem nos planos suprafísicos.

Mas, existem outros casos nos quais as trevas se desfazem antes da saída definitiva do corpo. Então a pessoa vê ambos os mundos ao mesmo tempo, estando consciente da presença dos amigos, tanto “mortos”, quanto vivos. Em tais condições, acontece frequentemente que uma mãe vê alguns dos seus filhos que faleceram antes e pode exclamar alegremente: “Oh, aqui está Fulano aos pés da cama; mas como ele cresceu!”.

Os familiares vivos (em corpo físico) podem ficar admirados ou embaraçados e podem pensar que a mãe está sofrendo de alucinações, quando na realidade ela tem visão mais clara do que eles. Ela está vendo aqueles que passaram além do véu da carne e que vieram para lhe dar as boas-vindas e ajudá-la a dar os primeiros passos no novo mundo em que está penetrando.

Cada ser humano é um indivíduo separado de todos os demais. Como as experiências da vida de cada um diferem das dos outros, no intervalo que vai do berço ao túmulo, assim podemos logicamente concluir que as experiências de cada Ego diferem das de qualquer outro, quando cruza as portas do renascimento ou da morte.

Um dos espetáculos mais tristes que o clarividente pode observar ao lado da cama de um paciente, frequentemente, é o das torturas a que submetemos nossos amigos em vias de morrer, devido à nossa ignorância e do modo inadequado de tratá-los em tais condições. Temos uma ciência de nascer, onde obstetras especializaram-se durante muitos anos em sua profissão e desenvolveram extraordinária perícia na assistência aos recém-nascidos em sua entrada neste mundo.

Temos também enfermeiras especializadas que assistem à mãe e ao filho. Pessoas de mentes esclarecidas estão empenhadas em tornar o parto mais fácil e menos doloroso; nenhum trabalho ou esforço são poupados no intuito de beneficiar alguém que ainda não vimos.

Mas quando um amigo de toda a vida, uma pessoa que serviu bem e nobremente o próximo por meio de sua profissão, família, religião etc., está para deixar o cenário da sua atividade para ingressar num outro campo de ação.

Quando uma mulher que trabalhou com propósito não menos elevado, criando sua família e desempenhando o seu papel na vida, tem que deixar o lar e a família; quando alguém que amamos toda a nossa vida chegou ao momento de despedir-se de nós e dar o seu último adeus, então ficamos parados, sem saber como ajudar. Talvez façamos exatamente aquilo que é mais prejudicial para o bem-estar e inconveniente ao ser que parte.

Provavelmente, não haverá forma de tortura mais comumente infligida aos que morrem do que a que é causada quando lhes aplicamos estimulantes. Essa droga tem o efeito de atrair o Ego que está se retirando, forçando-o a retornar para dentro do seu corpo com a força de uma catapulta, para nele permanecer e sofrer por mais algum tempo. Investigadores clarividentes têm recebido muitas queixas deste tipo de tratamento.

Quando se vê que a morte é inevitável, não devemos deixar que o nosso desejo egoísta obrigasse o espírito da pessoa querida, que está de partida, a permanecer um pouco mais ao nosso lado, mediante a aplicação de semelhantes torturas. A câmara mortuária deveria ser um lugar da mais absoluta quietude, de paz e de oração. Porque desde aquele momento e durante três dias e meio depois de exalar o último alento (84 horas após a última respiração), o espírito recomeça o seu Gethsemani e necessita de todo o auxílio que se possa prestar.

O valor da vida que acaba de passar depende grandemente das condições que prevaleçam naquele sagrado momento. Até as condições da sua vida futura serão afetadas pela nossa atitude durante estes momentos, de modo que se alguma vez fomos os defensores da vida dos nossos irmãos neste mundo, mil vezes o devemos ser na hora da sua passagem para outras dimensões.

As autópsias, o embalsamamento e a cremação realizados antes do período mencionado (84 horas após o último alento), não só perturbam mentalmente o espírito que se vai, como podem até mesmo causar certa quantidade de dor, porque ainda subsiste uma ligeira conexão entre ele e o corpo recém-abandonado.

Conforme observamos no capítulo “Interferências no Processo Neuropsicológico Quântico”, o Ego é altamente seletivo, assemelha-se ao engenho de uma destilaria; muito material psíquico é levado até ele, porém pouquíssimo sai dele ou nele atinge o nível da plena consciência, ao “condensar” novas ideias em pensamentos-forma; análogo aos três estados de conservação da água: gasoso, líquido e sólido.

O critério de seleção do material que chega à consciência é determinado pela função predominante. Sabemos que a infância, a juventude, a maturidade e a velhice não são mais do que os diversos estados, ou condições quânticas de cristalização que se experimenta pelas experiências (psico e psicofísico) em corpos físico, vital, de desejos e mental, objetivando elevar a consciência em Si-mesmo. Esses processos psíquico-quânticos continuam até alcançar o ponto em que o Ego não possa obter mais experiências através desses corpos.

É pela dinâmica do processo da quantização do sistema que o Ego (diagrama I) controla esses corpos através da neuropsicologia quântica (NQ). Assim podemos observar a termodinâmica quântica (TQ) ˗ na área da Física Quântica ˗, que está associada a aplicação dos princípios termodinâmicos a sistemas que são geralmente pequenos; que parecem estar longe do equilíbrio térmico e nos quais efeitos quânticos são extremamente relevantes, p.ex., os complexos dos processos psíquico-quânticos do inconsciente pessoal. A TQ como campo de pesquisa deve contribuir substancialmente para o entendimento dos limites das novas tecnologias quânticas que envolvem processamentos com diferentes aplicações de informação, comunicação, metrologia, neuropsicologia, bioengenharia, nanotecnologia etc.

Quando o clarividente devidamente treinado observa a função termodinâmica de estado no cérebro físico do paciente durante o processo quântico post mortem (durante as 84 horas após a morte física). As imagens que contém os sentimentos, emoções, pensamentos etc., ao serem organizadas e “transformadas” para depois serem transferidas do cérebro físico para o cérebro etéreo e deste para o corpo de desejos, utilizando todo o potencial energético psíquico, que pela entropia, manifesta-se em diferentes espaços-tempo (diagramas I e II). Outro fator que devemos levar em consideração são os processos da neurotransmissão. No volume II deste Ensaio explanaremos este assunto, onde examinaremos a neurotransmissão quântica da sinapse química e a neurotransmissão da sinapse elétrica, que se torna quântica somente quando no processo quântico post mortem.

A estes processos podemos compreender como sendo a “seta psicológica do tempo” (seta do tempo), congruente com a teoria de PRIGOGINE (2002, pp.17-31) em “As Leis do Caos”; não obstante do conceito de KANT (2001) em “Crítica da Razão Pura”, quanto a exposição metafísica do conceito de espaço e da exposição metafísica do conceito de tempo. Por isso, afirmo ser o momento de a Sociedade pensar em constituir uma Ciência de Morrer.